Vivemos em uma era marcada pela aceleração constante, onde o trabalho, antes fonte de sustento, muitas vezes se transforma em uma fonte de esgotamento físico e emocional. A síndrome de burnout, conhecida como “esgotamento profissional”, tornou-se uma das doenças mais presentes no contexto laboral atual, representando um desafio significativo para trabalhadores, empregadores e para a saúde pública.

O que é a Síndrome de Burnout?

De acordo com o Ministério da Saúde, a síndrome de burnout é um distúrbio emocional caracterizado por sintomas de exaustão extrema, estresse e desgaste físico e mental, resultantes de um ambiente de trabalho desgastante, com alta competitividade e responsabilidades elevadas. É um quadro que vai muito além do cansaço comum e pode levar a sérios problemas de saúde, inclusive incapacidade para o trabalho.

Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu formalmente a síndrome de burnout no CID-11 (Classificação Internacional de Doenças), proporcionando um respaldo clínico fundamental para diagnósticos e tratamentos.

A Importância da NR-1 no Contexto do Burnout

A Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) trata das disposições gerais sobre segurança e saúde no trabalho, sendo a base para a implementação de políticas preventivas nas empresas. Ela reforça a responsabilidade das organizações em proporcionar um ambiente saudável e seguro, incluindo a prevenção dos riscos psicossociais que podem desencadear a síndrome de burnout.

A NR-1 estabelece a obrigatoriedade do empregador em promover condições que minimizem os fatores de risco ocupacionais, sejam eles físicos, químicos, biológicos ou psicossociais. Isso inclui a gestão adequada da carga de trabalho, o respeito aos limites humanos, e a promoção do equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

Dados apontam que cerca de 30% a 33% dos trabalhadores relatam ter sua saúde afetada por estresse relacionado ao trabalho. Estima-se que, anualmente, milhões de trabalhadores enfrentem sintomas ligados ao burnout, que envolvem não só aspectos físicos como dores musculares, insônia, problemas gastrointestinais, mas também emocionais, como sensação de fracasso, insegurança, alterações de humor e até depressão.

Esses sinais são muitas vezes ignorados ou subestimados, sobretudo por questões culturais e pelo estigma que ainda envolve as doenças mentais no ambiente profissional.

A Realidade da Gestão de Pessoas

É fundamental que gestores e profissionais de Recursos Humanos estejam atentos aos sinais de esgotamento entre seus colaboradores. A NR-1, combinada com políticas internas eficazes, deve ser um norte para promover a saúde mental no trabalho. Programas de qualidade de vida, bem-estar e suporte psicológico são ferramentas essenciais para criar um ambiente que favoreça a produtividade sem sacrificar a saúde dos trabalhadores.

Reconhecer a síndrome de burnout é o primeiro passo para a recuperação. Buscar apoio psicológico e adotar práticas que promovam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional são medidas indispensáveis. O autocuidado, atividades de lazer, descanso adequado e a construção de uma rede de apoio emocional são aliados na prevenção e no combate ao esgotamento.

Portanto…

A NR-1 não é apenas um conjunto de normas; ela é um compromisso com a dignidade do trabalhador. A saúde mental no ambiente de trabalho deve ser encarada como prioridade, e a prevenção da síndrome de burnout é um desafio que envolve toda a sociedade.

Empresas que investem na qualidade de vida de seus colaboradores colhem frutos em produtividade, satisfação e longevidade profissional. Por isso, promover um ambiente de trabalho saudável não é apenas uma obrigação legal, mas uma estratégia inteligente e necessária para o desenvolvimento sustentável.

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Graduada em Psicologia pela PUCRS.
Especialização em Psicologia Organizacional pela Fadergs.
Professional Coaching - SLAC - Sociedade Latino Americana de Coaching.
Analista Comportamental DISC Profiler pela Sólides.
Há mais de 16 anos na área Gestão de Pessoas ampliando sua experiência em empresas de varejo, serviço e indústria nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Goiás.

Em sua última experiência corporativa atuou como supervisora no processo de folha de pagamento e desenvolvimento de líderes e equipes.

Facilitadora e palestrante nos temas de Educação Corporativa, comunicação e feedback, ensino e aprendizagem e gestão do conhecimento.