Manter equipes engajadas em um ambiente de constante crescimento e inovação, especialmente em mercados com escassez de talentos especializados, é um desafio que vai além do convencional. A abordagem de empresas que prosperam nesse cenário revela um compromisso profundo com as pessoas, enraizado em práticas que promovem não apenas a alta performance, mas também o bem-estar e o pertencimento.

A dificuldade em encontrar profissionais altamente qualificados e com conhecimento aprofundado do produto e das ferramentas força essas organizações a serem proativas na retenção e desenvolvimento de talentos. Isso significa ir além das necessidades imediatas de preenchimento de vagas, buscando indivíduos que realmente ressoem com a cultura e os valores da empresa, mesmo que isso signifique operar com quadros reduzidos em alguns momentos.


 

Seleção e Cultura: o alinhamento desde o primeiro passo

O processo de engajamento começa na seleção. Mais do que habilidades técnicas, busca-se um perfil que combine:

  • Paixão por aprender e inovar: Profissionais que gostam de estudar, analisar dados e projetar cenários futuros.

  • Colaboração intensa: A dedicação ao colega, a proatividade em oferecer ajuda e a capacidade de trabalhar em equipe são valorizadas. Reuniões semanais para distribuição de demandas e a constante oferta de apoio mútuo (“posso te ajudar?”, “vamos dividir esse problema”) são práticas comuns.

  • Horizontalidade e resolução de problemas: A hierarquia é minimizada. Diretores se envolvem diretamente para ajudar estagiários a resolver desafios, focando na solução e na entrega, não no cargo. A ideia é que todos se sintam “um técnico recém-formado” ao abordar um novo problema, com a energia de resolvê-lo.

Esse olhar coletivo é estimulado constantemente e se torna um valor interno. A empresa se vê como um time que resolve problemas, garantindo que a entrega final ao cliente seja compreendida e valorizada por todos. A solução não é de um indivíduo, mas de uma equipe inteira que se apoia para garantir a qualidade e a fluidez do processo.


 

Flexibilidade, reconhecimento e autonomia: pilares do Bem-Estar

Em um mundo onde as fronteiras entre vida pessoal e profissional se tornam cada vez mais tênues, a flexibilidade é essencial. Empresas que compreendem que o comprometimento não se mede por horários fixos, mas pela entrega e resolução de problemas, se destacam.

  • Jornadas adaptáveis: Se um profissional dedicou a madrugada a um projeto crucial, espera-se que ele não tenha a mesma energia no dia seguinte para cumprir um expediente tradicional. O importante é o resultado e a satisfação do cliente.

  • Reconhecimento contínuo: Quando um projeto é concluído com sucesso, o reconhecimento é generalizado. “Ninguém se afoga aqui dentro. Se estiver se afogando, levanta a mão” pode ser um lema. Essa cultura de apoio constante, desde os líderes até os estagiários, garante que ninguém se sinta desamparado.

  • Realização profissional: O segredo do engajamento está em permitir que o colaborador faça o que gosta e se sinta realizado pela entrega. A angústia de não conseguir entregar ou de receber críticas por atrasos é substituída pela celebração da dedicação e do esforço.


 

Escuta Contínua e Transparência: a cultura de compartilhamento

A escuta contínua é a base para o alinhamento entre as expectativas da gestão e as necessidades dos colaboradores. Ferramentas pesquisa de satisfação interna semanal permitem um monitoramento constante do bem-estar, felicidade, alinhamento com a empresa e contexto familiar.

  • Ajustes rápidos: Ao invés de pesquisas anuais, que perdem a relevância devido à dinâmica do ambiente de trabalho, a avaliação semanal permite identificar quedas de energia e bem-estar, possibilitando correções rápidas. Pequenas ações podem reverter um quadro de desânimo.

  • Transparência e coletividade: A abertura na comunicação é crucial. A estrutura organizacional é o mais horizontal possível para facilitar o diálogo. As informações chegam rapidamente, e as respostas são ágeis. Se alguém está desanimado ou com dificuldade, o time percebe e oferece ajuda, sem julgamentos.


 

Engajamento como estratégia de negócio e o modelo de Partnership

O engajamento não é um item isolado, mas uma estratégia de negócio fundamental. Em mercados de nicho, onde a substituição de profissionais é complexa, a preocupação com as pessoas se torna um fator competitivo crucial.

Além do bem-estar e da cultura de apoio, o aspecto financeiro é abordado com total transparência:

  • Participação nos Lucros: lucros anuais são divididos entre todos os colaboradores.

  • Fundo para Novos Sócios: percentual alocado para um fundo de “partnership constante”, incentivando que técnicos se tornem sócios da empresa, com o financiamento do lucro futuro.

  • Visão de Futuro Compartilhada: Esse modelo cria uma engrenagem onde todos trabalham juntos, focados no crescimento da empresa, na satisfação do cliente e no desenvolvimento contínuo de novas tecnologias e conhecimentos. As pessoas se veem crescendo junto com a empresa.


 

A Liderança como Corresponsável e o Apoio Individualizado

A empresa pode não possuir uma área de RH tradicional. Mas, a gestão de pessoas é responsabilidade de todos os gestores. Essa abordagem descentralizada garante que o cuidado com o colaborador seja constante e particularizado, pois quem está mais próximo é quem melhor pode identificar necessidades e oferecer suporte.

Além das ações coletivas, a empresa oferece recursos como coaching e mentoria, com total clareza sobre o propósito e o comprometimento de cada processo. Não há “segredo” ou “milagre”, mas sim uma aplicação consistente de princípios que valorizam o ser humano em sua totalidade.

A liderança, que se envolve diretamente e demonstra uma energia dedicada ao bem-estar da equipe, é o reflexo dessa cultura. Essa é a promessa e a prática de um engajamento que vai além das expectativas, construindo não apenas um negócio de sucesso, mas um ambiente onde as pessoas realmente prosperam.


 

Diante dessas práticas, como você avalia o nível de engajamento em sua organização? Quais desses pilares você considera mais desafiadores para implementar ou fortalecer em seu contexto?

Conte com a Estalo para diagnosticar seu engajamento, sua cultura e investir de maneira assertiva para os resultados do negócio: nas pessoas!

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Graduada em Psicologia pela PUCRS.
Especialização em Psicologia Organizacional pela Fadergs.
Professional Coaching - SLAC - Sociedade Latino Americana de Coaching.
Analista Comportamental DISC Profiler pela Sólides.
Há mais de 16 anos na área Gestão de Pessoas ampliando sua experiência em empresas de varejo, serviço e indústria nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Goiás.

Em sua última experiência corporativa atuou como supervisora no processo de folha de pagamento e desenvolvimento de líderes e equipes.

Facilitadora e palestrante nos temas de Educação Corporativa, comunicação e feedback, ensino e aprendizagem e gestão do conhecimento.