É inevitável: fazemos planos, nos dedicamos a eles, e, por vezes, a vida nos surpreende com imprevistos. Seja uma pandemia que cancela uma viagem esperada, um carro arrombado que rouba pertences importantes ou uma entrega crucial que falha no dia do evento. A questão não é se os planos darão errado, mas como lidamos com o que sai da rota e recalculamos o GPS da vida.


 

A frustração e suas diferentes faces

A capacidade de lidar com a frustração varia muito entre as pessoas. Para alguns, o impacto de um plano frustrado pode ser profundamente desestabilizador:

  • Remoção e Angústia: Há quem remoa a situação, sentindo-se angustiado e obcecado em reverter o cenário, mesmo quando não há controle. “O que eu poderia ter feito diferente?” ou “Como posso resolver isso?” são perguntas constantes que podem levar à insônia e ao sofrimento.

  • Vazio e Decepção: Quando há dedicação e planejamento envolvidos, a frustração pode gerar uma sensação de vazio e decepção, especialmente quando se espera uma resposta ou comprometimento de terceiros que não se concretiza.

  • Ruminação e Autoquestionamento: A mente pode entrar em um ciclo de ruminação, buscando entender o que deu errado, como a comunicação foi percebida ou se algo poderia ter sido dito ou feito de forma diferente.

No entanto, há também quem desenvolva uma maior tolerância à frustração, conseguindo remanejar e buscar alternativas com mais facilidade. O segredo está em reconhecer a emoção — “estou frustrado, estou com raiva” — para então buscar formas mais saudáveis de processá-la.

Lidando com o Incontrolável: Estratégias e Reflexões

Lidar com planos que não dão certo é um aprendizado contínuo. Algumas estratégias e reflexões podem ajudar:

  • Reconhecer o Incontrolável: Aceitar que nem tudo está sob nosso controle é o primeiro passo. Fenômenos como o clima, o tempo, cenários econômicos e o comportamento de terceiros são fatores externos que podem inviabilizar nossos planos.

  • Rever Cronogramas e Expectativas: Ser flexível e resiliente para ajustar prazos, metas e expectativas é crucial.

  • Desapego da Importância Excessiva: Às vezes, damos uma importância desproporcional a certas coisas. Aprender a diferenciar o que é realmente essencial do que é “besteira” pode aliviar o peso da frustração.

  • A Sabedoria dos Antigos: A crença de que “se não aconteceu neste momento, é por algum motivo” ou “não era para acontecer agora, então no momento certo vai acontecer” pode ser um conforto, uma forma de justificar o imprevisto e seguir em frente.

  • Compreender a Perspectiva do Outro: Quando planos envolvem outras pessoas, é fundamental entender que nem todos darão a mesma importância ou terão a mesma percepção. A falta de alinhamento de expectativas pode ser uma fonte significativa de frustração.

No fim das contas, a forma como lidamos com planos que não deram certo reflete muito sobre nossa resiliência e nosso formato de funcionamento. É um convite a refletir sobre a nossa responsabilidade (o que de fato está sob nosso controle) e a importância de não perder a saúde em situações que nos tiram do eixo.


 

E você, qual foi o plano que não deu certo neste ano e como você lidou com isso? Compartilhe suas experiências e o que aprendeu ao recalcular sua rota!

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Graduada em Psicologia pela PUCRS.
Especialização em Psicologia Organizacional pela Fadergs.
Professional Coaching - SLAC - Sociedade Latino Americana de Coaching.
Analista Comportamental DISC Profiler pela Sólides.
Há mais de 16 anos na área Gestão de Pessoas ampliando sua experiência em empresas de varejo, serviço e indústria nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Goiás.

Em sua última experiência corporativa atuou como supervisora no processo de folha de pagamento e desenvolvimento de líderes e equipes.

Facilitadora e palestrante nos temas de Educação Corporativa, comunicação e feedback, ensino e aprendizagem e gestão do conhecimento.