Atualmente, enfrentamos desafios para nos conectar com nossa identidade pessoal, explorando nossas referências internas e os eventos que nos moldaram. Trabalhar o autoconhecimento significa progredir na compreensão de nós mesmos e buscar equilíbrio em todas as áreas de nossa vida. Este processo é enriquecido quando compartilhado com aqueles ao nosso redor.
Mas por que é importante desenvolver relações interpessoais e o que podemos alcançar com isso?
Em primeiro lugar, é crucial entender que uma equipe só pode funcionar verdadeiramente em harmonia e sincronia se houver fluidez nos relacionamentos. Para alcançar essa fluidez, é necessário promover uma proximidade que vai além do físico – trata-se da proximidade relacional, a profundidade de nossas relações. É fundamental sentir-se próximo das pessoas com quem trabalhamos, a ponto de entender o que está acontecendo com elas. Assim, desenvolvemos empatia, a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro e percebermos como podemos contribuir e ajudar. Esse progresso só pode ocorrer se começarmos a trabalhar nas relações internas do grupo.
Para isso, é necessário cultivar vínculos entre as pessoas.
A construção de vínculos requer tempo e não se resume a simplesmente “andar com pessoas que concordam conosco”. Estudos mostram que equipes mais diversificadas e multidisciplinares são mais criativas e oferecem mais perspectivas para resolver problemas. Gerar vínculos exige tempo e atenção – é a qualidade do tempo que dedicamos para estabelecer conexões com os outros.
Boas relações são construídas a partir de confiança e desafio mútuo. Isso envolve construir algo juntos, discutir assuntos, trocar perspectivas e ter liberdade de expressão, sem medo de repressão ou julgamento de papéis no grupo. Esse tipo de interação amplia nossa compreensão para além das tarefas do trabalho, permitindo-nos conhecer os outros em profundidade – suas preferências, comportamentos, pensamentos e sentimentos. Essa compreensão se reflete na qualidade das relações e no desempenho das equipes.
No livro “A Coragem de Ser Imperfeito”, Brené Brown utiliza a metáfora do “pote de bola de gude” para ilustrar como construímos e perdemos confiança ao longo do tempo. Cada interação positiva contribui para fortalecer os laços de confiança. Essas “deixas de pertencimento”, como Daniel Cole as descreve, são fundamentais para criar um senso de segurança e pertencimento dentro do grupo.
O autoconhecimento é o primeiro passo para superar as barreiras da formação de vínculos e para cultivar um senso de pertencimento. Ao compreender a si mesmo, é possível abrir-se para compreender os outros, facilitando a construção de relações significativas e produtivas. O engajamento das equipes é diretamente influenciado pela sensação de pertencimento e pela qualidade dos relacionamentos interpessoais. Portanto, antes de promover relações eficazes entre os membros da equipe, é fundamental promover o autoconhecimento individual.
Desenvolver nossa capacidade de nos relacionarmos positivamente significa também estar ciente do impacto de nossos comportamentos nos outros. É essencial reconhecer que a motivação e a integração das pessoas vão além das práticas superficiais; elas refletem os valores e o compromisso que se cria e do ambiente que estão inseridos, que deve promover o bem-estar e o crescimento de seus membros. Ao investir tempo e recursos no desenvolvimento das relações interpessoais, não estamos apenas fortalecendo os laços entre colegas, mas também agregando valor ao trabalho e à cultura organizacional como um todo.